Um gigantesco estrondo. O som do céu se rasgando e, num único segundo, milhões desapareceram. Numa casa onde moravam quatro, restou apenas um. Numa igreja onde havia mais de mil, dos quarenta crentes que restaram, alguns rasgaram suas vestes e outros tentaram a morte. O mundo, confuso, começou a inventar explicações. Astrônomos achavam que o surgimento de duas Supernovas, no mesmo dia e bem próximas da terra, gerou descargas inimagináveis de micromastereletroprotons de carga positiva que desmancharam algumas pessoas que aparentemente tinham em seu corpo carga negativa de micromastereletroprotons. Mas a mais aceita era: extraterrestres raptaram os seres humanos. Os cientistas não sabiam o que era. Mas os cristãos sabiam. O arrebatamento. A volta de Jesus Cristo para buscar os seus. Aqueles que não foram arrebatados temeram grandemente. Sabiam que o tempo da grande tribulação havia chegado.
Os cristãos começaram a ser perseguidos e as religiões foram proibidas. Guerras explodiam em todos os lugares. Todos os sinais do apocalipse estavam se confirmando.
Mas alguns homens ainda criam no evangelho. A Palavra de Deus era pregada em lugares secretos. Sites eram hackeados levando a mensagem de Jesus Cristo pela rede. Novas formas de pregação surgiam: notas em anúncios, desenhos em embalagens, sussurros em lugares públicos. E novos heróis da fé apareceram, dispostos a morrer a qualquer hora, apenas com o grito “Jesus Cristo é Deus”. E eles eram mortos, dia após dia, sem julgamento, sem piedade, em escolas, no meio de avenidas, em qualquer lugar. E, quanto mais morriam, mais surgiam. Até que os governos decidiram caçá-los oficialmente e acabar de vez com a Igreja de Cristo.
Depois de anos, ainda se ouvia falar da glória de Deus e de Seu filho Jesus Cristo, mas a perseguição estava longe de terminar.
Num dia qualquer, um destacamento de soldados capturou quatro desses heróis da fé que tentavam levar bíblias a uma cidade vizinha. Eles foram amarrados e deixados ao relento, sem comida, sem bebida, sem nada, só com a sua fé. Depois de dois dias, chegou um oficial. Conversou por alguns minutos com seus homens, sacou um revolver e ficou diante dos quatro.
Olhou nos olhos do primeiro e perguntou:
– Quem é Jesus Cristo? Apontando-lhe a arma.
– Jesus Cristo é Deus Todo Poderoso.
Levou um tiro entre os olhos e caiu morto.
Foi até o segundo, olhou em seus olhos e apontou a arma.
– Quem é Jesus Cristo?
– Jesus Cristo é Deus e eu sou seu servo.
– Você morreria por Ele agora?
– Morreri… – E antes de acabar de falar foi baleado na cabeça.
Ficou diante do terceiro, apontando a arma e em silêncio.
– O que você está sussurrando? Você está cantando? Perguntou se abaixando para tentar ouvir.
– Sim. Eu louvo ao meu Deus.
– Você tem medo da morte?
– Não.
– E da dor? – E atirou em sua barriga. – Parou de cantar… Engraçado, só ouço gemidos.
– Essa dor não é nada se comparada ao que passou o meu Senhor.
– Então eu vou te ajudar. – E deu mais dois tiros. – E agora? Dói o suficiente?
Deu um passo para o lado e ficou diante do último homem.
– Sabe, eu estava estudando a bíblia, e não entendo vocês. Se vocês foram deixados aqui é porque o Deus de vocês não os queria. Ele abandonou vocês.
– Não, eu é que tinha LHE dado as costas. Eu que não quis acreditar. Mas depois do arrebatamento, minha mulher, minha mãe e meus irmãos desapareceram. Eu recebia sinais todos os dias e não enxergava. Mas agora eu creio. E Ele está comigo. Aqui e agora. E vai estar sempre, até o fim dos tempos. E o tempo ainda não acabou.
– É, mas está para acabar. Você vai morrer agora. – E apontou a arma.
– Já era a hora! Quero abraçar o meu Senhor!
O oficial baixou a arma e disse: – Mas saiba que nós estamos acabando com vocês, os cristãos estão chegando ao fim. – E engatilhou o revólver.
– Somos mais do que vocês imaginam. Estamos em todos os lugares. Vamos proclamar o Nome de Jesus até a Sua segunda volta. – Disse, olhando nos olhos de seu carrasco.
– É mesmo? – Perguntou com desdém. – E se eu arrancar a sua língua? E cortar os seus braços? Como vai espalhar o nome do seu Deus?
– Mesmo que todos os cristãos percam a voz. A Glória de Deus não será impedida. As pedras vão gritar.
– Vamos ver! Se o seu Deus está com você, agora talvez você não morra.
Levantou-se e apontou o revolver. Atirou e a arma falhou.
– Glória a Deus!! Gritou o homem! Paz no céu e glória nas alturas! Bendito é o Senhor!
E o oficial, furioso, bateu forte com a arma na cabeça do quarto homem.
Os quatro estavam no chão, os soldados observavam. Fez-se um denso silêncio. O oficial estava atônito. Então um vento de leve chegou e ficou mais forte. O oficial começou a ouvir um sussurro, era do homem baleado. E os outros três corpos também começaram a falar. E logo várias vozes eram ouvidas. Os soldados estavam amedrontados, procurando de onde vinha aquele som, aquelas vozes que foram aumentando, aumentando; “Glória a Deus nas alturas! Glória a Deus Nas Alturas!”
– De onde vem esse som? Gritou perturbado o oficial. Quem está falando isso? E tapou seus ouvidos.
– BENDITO O QUE VEM EM NOME DO SENHOR! GLÓRIA A DEUS NAS ALTURAS! GLÓRIA AO SENHOR DOS EXÉRCITOS!
E um soldado gritou o mais alto que pode: – São as pedras, Capitão! As pedras estão gritando!
E todos caíram de joelhos e, crendo, louvaram ao Senhor!
Rêmulo Vaney Carrozzi
Muito bom! Parabéns!
Obrigado, Dudu! Vou continuar escrevendo. Acompanhe sempre que der. Abração!!
Parabéns! Fiquei impressionado. Bom, é saber que esses heróis existem e estão pelo mundo pregando o evangelho destemidamente em nome do Senhor.
Obrigado, amigo. Continue lendo!! Abração!!
Muito bom, tocante, forte, contagiante continue.
Muito obrigado, fico muito feliz que tenha gostado. Com certeza vou continuar. Abraço.